Nutrição integrativa

A alimentação não é apenas o que ingerimos. Ela inclui o ar que respiramos, aquilo que vemos e ouvimos, aquilo que pensamos e vivemos em termos emocionais. É um processo que não molda só o nosso corpo, mas também a nossa saúde mental e emocional. A saúde de todo o corpo depende de um bom aporte de nutrientes, que só pode existir com um sistema digestivo em boas condições.

Nutrição intuitiva e não dietas rígida

O conceito de “dieta” está associado a imposições rígidas, regras restritivas e limitações, que leva a um ciclo de privações seguido de excessos, onde nossa relação com a comida se torna tensa e conflituosa. É hora de mudar essa mentalidade.
Devemos aprender a seguir a intuição quando se trata de alimentação. Isso significa ouvir o que diz o corpo e responder às suas necessidades naturais, tendo sempre atenção para detetar quando estamos a fazer escolhas baseadas em ideias externas e publicidade que não correspondem ao que nos diz o corpo, ou quando a comida está a servir de escape emocional, e procurar resolver cada problema da forma mais adequada.
Antes da alimentação, a saúde assenta numa atividade física adequada, que pode assumir várias formas, de acordo com o gosto individual. E na base de tudo deve estar uma tomada de consciência integrada sobre o nosso lugar no mundo e a relação com os outros, os nossos propósitos e a conexão com a nossa essência. Todas as decisões que brotam desse estado de integração serão acertadas e benéficas.

A Alimentação reflete o nosso estado interior

Os desejos por certas comidas podem ser escapes para questões de ordem emocional. Se se permitir essa compensação por essa via, em vez de resolver a origem da questão emocional, vai sobrecarregar o corpo com excessos que vão afetar a saúde. A atividade física, por exemplo, liberta endorfinas e pode ser uma melhor opção como escape.

Os desejos por certos sabores têm relação com os sistemas de órgãos: p.ex. o desejo pelo sabor amargo pode indicar a necessidade de desintoxicar o organismo; O desejo por doces pode indicar que a assimilação e distribuição estão comprometidas, neste caso essas funções devem ser melhoradas (através de uma alimentação mais adequada à sua condição), etc

Cada sabor (doce, salgado, amargo, ácido, picante, aromático) tem um efeito diferente no metabolismo, estrutura e função do corpo e estado emocional, por isso é importante ter pelo menos um pouco de cada para suportar todas as funções vitais.

Não apenas hidratos, proteínas e gorduras

O bom funcionamento do organismo requer um aporte adequado de micronutrientes para fortalecer, proteger e desintoxicar os orgãos e tecidos, e regular as funções orgânicas. Por exemplo, a vitamina C é essencial para a produção de colagéneo, saúde da pele e fortalecimento do sistema imunitário, sendo encontrada em muias frutas e vegetais. O ferro é um mineral crucial para o transporte de oxigênio no sangue, e suas principais fontes além da carne vermelha incluem o feijão e o espinafre. A vitamina A, importante para a saúde dos olhos e do sistema imunitário, está presente em alimentos como cenouras a batata-doce. Já o cálcio é essencial para a formação e manutenção dos ossos e dentes, e é encontrado principalmente em laticínios como leite, queijo e iogurte, além de vegetais de folhas verdes como couve e brócolos. O zinco, que desempenha um papel importante na cicatrização de feridas e na função imunológica, é encontrado em carnes, nozes e sementes. Os cogumelos são a principal fonte de ergotioneína, também conhecida como ‘vitamina L’ (de longevidade) por proteger a saúde mitocondrial, contribuindo para a manutenção dos níveis de energia com o avançar da idade.
A nossa biologia envolve processos de uma complexidade inacreditável, e é na variedade de alimentos de elevada qualidade biológica que assenta uma boa saúde.

frutas e vegetais coloridos

Algumas cores dos vegetais e frutas indicam o seu conteúdo de micro-nutrientes. Alimentos vermelhos como os tomates e pimentos são ricos em licopeno, um antioxidante que pode ajudar a proteger contra certos tipos de câncer e doenças cardíacas. Legumes verdes, como espinafre e bróculos, são fontes importantes de ferro, cálcio e vitamina K, essenciais para a saúde dos ossos e do sangue. Frutas amarelas e laranjas, como laranjas e abacaxis, são ricas em vitamina C e betacaroteno, que promovem uma pele saudável e fortalecem o sistema imunitário. Alimentos roxos e azuis, como berinjelas e mirtilos, contêm antocianinas, poderosos antioxidantes que podem ajudar a proteger contra o envelhecimento celular e melhorar a saúde cerebral.
A dieta deve ser rica nesta variedade de frutas, legumes e verduras para garantir uma ingestão equilibrada de nutrientes essenciais.

consumir alimentos vivos

As enzimas, presentes em algumas frutas e vegetais, e alimentos vivos como os germinados, ajudam na digestão e absorção de nutrientes, diminuindo a inflamação e algumas reações auto-imunes. Têm ainda efeito antioxidante e fortalecem o sistema imunitário.

os modos de PREPARAÇÃo e confeção são importantes

Demolhar (por exemplo, os frutos secos como as amêndoas, ou as leguminosas antes de as cozinhar), germinar e fermentar são algumas das formas que permitem eliminar os anti-nutrientes presentes nalguns produtos e tirar partido dos seus benefícios.

A fermentação natural é um processo em que certos microorganismos desdobram os nutrientes, alterando as susas características. Por exemplo, no pão de fermentação longa, a rede de gluten é enfraquecida, tornando o pão mais fácil de digerir, e são geradas vitaminas, ácidos e probióticos com alto valor nutricional. Nos pickles de fermentação natural, como a choucroutte, os microorganismos libertam a partir do vegetal (como a couve) uma enorme quantidade de vitaminas, minerais e antioxidantes de fácil absorção.

Microbiota e integridade da parede intestinal

O sistema digestivo é uma porta de entrada para o interior do organismo, e deve permitir apenas a passagem de nutrientes benéficos. A parede intestinal, que tem esta função, é protegida por um ecossistema de microorganismos que dependem de uma boa alimentação para viver, sobretudo com muita fibra, alimentos pré-bióticos e pró-bióticos.

O excesso de açúcar e más gorduras, ou o consumo de alimentos inadequados (que variam de pessoa para pessoa, podendo ser os lacticínios, o gluten ou os FODMAPS, entre outros) prejudicam esse ecossistema e danificam a barreira intestinal, que se torna uma porta de entrada no sangue para agentes patogénicos como vírus, bactérias e moléculas que não deveriam entrar.

A entrada de partículas estranhas no sangue pode despoletar reações auto-imunes, cansaço crónico, ‘nevoeiro cerebral’, e inflamação sistémica resultando em doenças neurológicas, cardiovasculares, metabólicas, renais, etc.
A saúde do próprio sistema digestivo é um ponto chave para a saúde de todo o organismo.

O eixo intestino-cérebro

Nos intestinos são extraídos e produzidos aminoácidos, vitaminas e neurotransmissores essenciais para o bom funcionamento do cérebro. A serotonina, molécula neuro-transmissora considerada a ‘hormona do bem-estar’, é produzida em cerca 90% no intestino. A rodear o aparelho digestivo existem milhões de neurónios, o que levou a considerar o intestino como um ‘segundo cérebro’. Esta relação é bidirecional, o estado mental e emocional também afeta o estado de saúde do intestino, pelo que é importante a gestão das emoções e comer num estado de tranquilidade.

nutrigenética – cada pessoa é única

A investigação científica das últimas décadas tem estabelecido que a herança genética de cada pessoa determina a forma como o seu organismo processa os alimentos. É portanto essencial cada pessoa descobrir aquilo que é realmente bom para si, resistindo aos apelos externos como a publicidade, ‘modas’ de dietas ou ideias muito uniformizadas.

nutrigenÓMICA – podemos controlar o nosso destino

A herança genética que recebemos tem uma importância primordial no nosso estado de saúde ao longo da vida, pois define o modo como o organismo funciona, e se desenvolve e responde em direção a estados de saúde ou de doença.

No entanto, a alimentação do dia a dia também tem um peso enorme na balança entre saúde e doença. O consumo de alimentos ricos em compostos antioxidantes e antiinflamatórios, por exemplo, pode proteger as células de tecidos que ficariam gradualmente mais lesados ao longo da vida.

Para além disso, a alimentação e o estilo de vida podem influenciar a expressão dos genes herdados. Uma mesma herança genética pode resultar em modos de funcionamento diferentes do organismo, porque diferentes nutrientes podem accionar os genes para produzirem comportamentos diferentes. Isto pode alterar radicalmente o resultado final em termos do nosso estado de saúde.

transição para uma alimentação com menos sofrimento animal (e humano)

A nossa alimentação mediterrânica é um património associado a uma maior esperança de vida, e vida saudável. Uma das suas principais caraterísticas é a variedade de alimentos proteicos, incluindo leguminosas, oleaginosas e sementes, além dos lacticínios e do peixe, em vez do monoconsumo de carne que tão negativo é para a saúde.

Esta caraterística é comum às dietas mais saudáveis encontradas em tradições de diversas partes do mundo, como o Japão e a Grécia. Estas e outras tradições milenares, como a da Índia, oferecem uma alimentação riquíssima e deliciosa sem carne, propondo alimentos igualmente proteicos e satisfatórios.

Além de fazer bem à nossa saúde, a alimentação variada com menos (ou nenhuma) carne é um contributo para um ambiente mais sustentável, a diminuição da crueldade para com os animais e uma demonstração da nossa verdadeira essência humana.

É possível fazer uma transição para uma alimentação mais sustentável, sem passar por carências ou dificuldades desnecessárias.

Oeiras: Espaço Soul – Rua de Belo Horizonte

Sintra: Espaço Shamati – São Marcos

Também consultas online

Contacte-nos

Tel/WhatsApp: +351 963308949

e-mail: consultas@jing.pt

Política de privacidade